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Hoje veio à minha memória o antigo e famosíssimo Almanaque do Pensamento, uma publicação anual de grande prestígio. Diferentemente de outros almanaques da época, como o Capivarol e o Biotônico Fontoura, que eram distribuídos gratuitamente nas farmácias, este precisava ser adquirido. Meu pai nunca deixava de tê-lo à mão em sua mesa de trabalho. Fazia questão de comprá-lo, seja em suas idas a Salvador, seja por encomenda de alguém que estivesse viajando à capital, ou ainda via correio. Depois que se aposentou, os filhos assumiram a tradição de presenteá-lo com a nova edição a cada ano, pois, para ele, aquele almanaque era uma verdadeira preciosidade.

O Almanaque do Pensamento trazia uma vasta gama de informações úteis e curiosas, incluindo:

• Horóscopos detalhados

• Calendários anuais

• Tábuas lunares e planetárias

• Indicação de dias favoráveis e desfavoráveis

• Guias astrais

• Impactos das fases da lua sobre as pessoas e as plantações

• Orientações valiosas sobre agricultura, pecuária e outros temas práticos

Meu pai adorava compartilhar essas informações com os agricultores e pecuaristas que frequentavam o seu depósito de compra e venda de produtos da região. Ele fazia isso com entusiasmo e sem cobrar nada, e suas dicas eram sempre bem recebidas. Seguindo as orientações do almanaque, muitos relatavam colheitas bem-sucedidas, fruto do plantio realizado na época certa e mais propícia. Ele próprio seguia fielmente as instruções dessa publicação, consultando-a com dedicação antes de tomar qualquer decisão importante.

O Almanaque do Pensamento, publicado ininterruptamente desde 1912, ainda mantém sua tradição viva. Com seus 93 anos de história, continua sendo vendido nas bancas de jornal, atraindo leitores com sua impressionante tiragem anual.