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A Biblioteca da Escola de Itiúba
ESCOLAS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

Recentemente, tive a alegria de reunir todos os livros infantis de Monteiro Lobato e, nostálgico, já reli alguns. Foi como retornar aos tempos áureos da Escola Góes Calmon, em Itiúba, onde minha paixão pela leitura começou. A biblioteca da escola era um verdadeiro tesouro literário, com quase todos os volumes do grande escritor brasileiro. Li cada um deles, alguns até mais de uma vez. Seus personagens marcaram profundamente minha infância, povoando meus sonhos de menino tímido e introspectivo. Alimentava uma vontade indescritível de viver naquele lugar mágico chamado Sítio do Pica-Pau Amarelo, ao lado de Dona Benta, Tia Nastácia, Pedrinho, Narizinho, Visconde de Sabugosa, Rabicó, Emília e tantos outros personagens encantadores.
Os livros de Lobato eram uma porta para um universo fascinante, onde o aprendizado se entrelaçava com o encantamento. Enquanto nos maravilhávamos com suas histórias, aprendíamos geografia, matemática e história de forma natural e prazerosa. Muitas vezes, ficava difícil distinguir onde terminava a realidade e começava a fantasia. Monteiro Lobato tinha um talento único para prender a atenção de seus jovens leitores do início ao fim. Obras como Geografia de Dona Benta, Emília no País da Matemática e Reinações de Narizinho continuam a despertar saudades em meu coração.
A biblioteca da escola tinha suas próprias regras: os livros emprestados precisavam ser devolvidos dentro do prazo estipulado. Quando não conseguia terminar uma leitura a tempo, eu recorria a uma estratégia engenhosa. Levava comigo um colega amigo no dia da devolução e, antes que outra pessoa pegasse o livro, ele solicitava o empréstimo em meu lugar. Assim, eu podia dar continuidade àquela leitura extasiante, saboreando cada página até o fim.
Talvez tenha sido ali, entre as prateleiras daquela biblioteca, que meu gosto pela leitura floresceu. As histórias de Dona Benta, as aventuras ousadas de Pedrinho e as travessuras da inesquecível Emília, boneca de pano cheia de sentimentalismo e ideias mirabolantes — nem sempre bem-sucedidas — deixaram marcas profundas. A elas e a seus criadores, minha eterna gratidão.
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