ÍNDICES
-AÇUDES, RIOS, RIACHOS, TANQUES E CACIMBAS
-ADMINISTRAÇÃO E AUTORIDADES MUNICIPAIS
-APARELHOS, INSTRUMENTOS E UTENSÍLIOS
-BAIRROS, RUAS, PRAÇAS E LADEIREAS
-CASARÕES E PRÉDIOS HISTÓRICOS
-CIRCOS E PARQUES DE DIVERSÕES
-CLUBES, BANDAS E FILARMÔNICAS
-CRENÇAS, RELIGIÕES E SUPERTIÇÕES
-ESTABELECIMENTOS E EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS
-ESTRADA DE FERRO, ESTAÇÃO, TRENS
-FENÔMENOS E CATÁSTROFES NATURAIS
-ORIGENS, HISTÓRIA E PROGRESSO
-PERSONAGENS POPULARES E COMUNS
Blog
Bebida para os Músicos
CARNAVAL
Autor: Fernando Pinto de Carvalho e Djalma Lino dos Anjos

Os bailes noturnos de carnaval no "rinque" da 2 de Julho eram verdadeiros eventos de alegria e celebração. As famílias alugavam mesas ao redor da pista de dança, criando um ambiente acolhedor para saborear petiscos e bebidas enquanto assistiam à turma se esbaldar ao som de músicas inesquecíveis como "As águas vão rolar", "Mamãe eu quero mamar" e "Olha a cabeleira do Zezé". Esses sucessos eternos não apenas marcavam a trilha sonora das noites carnavalescas, mas também o coração de quem vivia aqueles momentos mágicos.
Entre os dançarinos, um se destacava por sua energia e talento: Arturzinho, irmão de Orlando Onofre. Conhecido como o maior dançarino de frevo, ele era imbatível quando a música pernambucana começava a tocar. Com passos vibrantes e cheios de vida, Arturzinho dançava incansavelmente, sem sequer provar um gole de bebida alcoólica, já que era abstêmio. Sua paixão pela dança e sua habilidade eram admiráveis, cativando todos que o assistiam.
Enquanto o ritmo do baile aumentava, os músicos que faziam o espetáculo acontecer eram abastecidos constantemente com bebidas. Os foliões, como forma de agradecimento por momentos tão memoráveis, pagavam generosamente as rodadas. Entre eles, Edmar Azeredo, um dos mais entusiasmados, acompanhava o garçom com energia contagiante, gritando repetidamente: "Bebidas para os músicos! Bebidas para os músicos! Bebidas para os músicos!". Esse gesto era mais do que um simples abastecimento; era uma demonstração do espírito carnavalesco e da gratidão.
E então havia o Zuca, amigo querido e jogador de futebol de saudosa memória. Em um desses carnavais, sem dinheiro para comprar sua própria bebida, ele percebeu que os músicos, ocupados em tocar seus instrumentos, não tinham tempo para aproveitar as bebidas que recebiam. Com astúcia, Zuca posicionou-se próximo deles e passou a consumir discretamente as bebidas entregues aos músicos. Na empolgação do carnaval, ninguém percebeu — os músicos continuavam pedindo mais, e Zuca aproveitou ao máximo. Para ele, foi o melhor carnaval de sua vida, cheio de risadas e histórias para contar.
Os bailes no "rinque" da 2 de Julho não eram apenas festas; eram verdadeiros cenários de memória, marcados pela música, dança e pelo espírito vibrante de camaradagem e diversão. Até hoje, aqueles momentos permanecem vivos nas lembranças dos que tiveram a sorte de vivê-los.
Comentários
(0) Comentários...