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Tradição Gastronômica
ALIMENTOS E BEBIDAS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

Em Itiúba, a tradicional feira livre dos sábados era um ponto de encontro onde se podia encontrar abertamente diversos feirantes comercializando caças moqueadas, sem qualquer repressão aparente. Naquela época, o comércio dessas iguarias era corriqueiro. Entre as mais cobiçadas para o almoço dominical figuravam tatus, pebas, pacas, mocós e preás, verdadeiras delícias apreciadas por muitos paladares locais. Pássaros silvestres defumados e cágados vivos, destinados a ensopados nas cozinhas dos compradores, também eram negociados com frequência.
Ao longo da semana, a culinária seguia um ritmo ditado pelos costumes regionais e pela fartura dos ingredientes disponíveis. A mesa invariavelmente apresentava a saborosa carne de sol escoltada por uma generosa farofa, a reconfortante galinha ao molho pardo, e as carnes de carneiro e bode, preparadas com temperos marcantes e aromáticos. Pratos como o sarapatel e o pirão, servido com a suculenta "fatada" fresca de boi, também eram presenças constantes. O porco assado marcava seus momentos, assim como o emblemático meninico de carneiro, a buchada, com seu sabor intenso e tempero característico
Outro prato emblemático é a galinha caipira, preparada com temperos fortes e cozida lentamente para garantir um sabor marcante. O mocotó, servido bem temperado, é uma opção popular, principalmente em dias mais frios.
No café da manhã e, também, na hora do jantar, era indispensável a presença dos pães artesanais das padarias de Itiúba. Produzidos segundo uma fórmula única e antiga, aperfeiçoada há mais de sessenta anos, esses pães preservavam o mesmo sabor e textura por três dias naturalmente e, atualmente, quando armazenados na geladeira, podem durar mais de oito dias sem perder suas qualidades.
Além dos pães tradicionais, até a década de 1960 existia uma variedade rara e curiosa: um pão singularmente batizado de “besta”. Sua fabricação era exclusiva para encomendas e, talvez por isso, tornava-se um verdadeiro objeto de desejo na cidade. Com o formato de uma pizza, era assado a altíssimas temperaturas e envolto por generosas camadas de gordura animal, o que lhe conferia uma crocância única e um sabor intenso. Naturalmente, sua concentração de colesterol era elevada, mas, naquela época, o coração dos itiubenses parecia resistente a tais extravagâncias.
Nas festividades, como o São João, é comum encontrar canjica, pamonha e doce de leite e de aipim, que fazem parte da culinária nordestina e são indispensáveis nas celebrações juninas. Além disso, o licor caseiro, feito com frutas típicas da região, é uma bebida tradicionalmente servida nessas ocasiões.
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